A large group of people standing in front of a building

Por Que Existem Tantas Religiões Se Há Um Só D'us?

Explore uma reflexão profunda baseada na Torá e no Talmud sobre por que Hashem permite a diversidade de religiões. Descubra se isso faz parte de um plano divino neste artigo revelador.

Lior Sérgio – Projeto Sod

4/9/20252 min read

Two people are engaged in a spiritual or religious ritual involving lit red candles. Smoke rises in intricate patterns between them, creating a mystical atmosphere. The setting appears to be dimly lit, focusing on the interaction and the glow of the candles.
Two people are engaged in a spiritual or religious ritual involving lit red candles. Smoke rises in intricate patterns between them, creating a mystical atmosphere. The setting appears to be dimly lit, focusing on the interaction and the glow of the candles.

Por Que Existem Tantas Religiões Se Há Um Só D'us?

Vivemos num mundo de contrastes espirituais. Enquanto uns pregam o caminho único, outros defendem que toda verdade é relativa. Mas a pergunta central continua sem resposta honesta na maior parte dos meios religiosos:

Por que motivo existem tantas religiões, visões sobre Deus e caminhos espirituais tão distintos, se há apenas um Criador?

A resposta mais simples seria: confusão humana. Mas segundo a tradição judaica especialmente nos escritos da Torá, do Talmud e da Kabbalah a diversidade espiritual não é erro nem desvio. É parte do plano divino.

A diversidade é parte da criação

A Mishná (Sanhedrin 4:5) afirma que toda a humanidade descende de um só homem, Adão, para mostrar que cada vida tem valor absoluto.
E, ao mesmo tempo, cada ser humano é único.
A pluralidade de culturas e crenças é reflexo direto dessa riqueza divina e não uma falha do sistema.

Sete Leis para toda a humanidade

No Judaísmo, acredita-se que nem todos os povos foram chamados para seguir os mesmos mandamentos.
A Torá apresenta os Sete Mandamentos de Noé, leis universais de justiça, respeito à vida e à dignidade válidas para qualquer nação.
Ou seja: um não-judeu que segue essas leis é considerado justo diante de D'us, mesmo sem seguir o Judaísmo.

Mesmo opiniões opostas podem carregar verdade

O Talmud afirma:
"Elu ve-elu divrei Elohim chayim" Estas e aquelas são palavras do D'us vivo (Eruvin 13b).
Mesmo entre rabinos que discordam, ambos os lados podem conter uma parte da verdade.
Este princípio de humildade pode e deve ser estendido à relação entre religiões.

A Luz vista por ângulos diferentes

O Rav Jonathan Sacks (z’’l), uma das vozes judaicas mais respeitadas do século XXI, escreveu que a diferença não é ameaça é convite ao diálogo.
A Kabbalah, por sua vez, compara o mundo a um quebra-cabeças cósmico, onde cada nação carrega uma peça da Luz Divina.
Nenhuma detém o todo.

O que o Judaísmo ensina

Que D'us é Um, mas comunica com o mundo de muitas formas.
Que cada alma deve buscar com sinceridade, não por medo ou imposição.
E que a verdade não se grita revela-se a quem procura com humildade.

Conclusão

D'us não quer crentes cegos. Quer buscadores lúcidos.
A pluralidade religiosa não é heresia é reflexo da liberdade que o Criador nos deu.
Por isso, o caminho espiritual mais íntegro não é o que exclui os outros, mas o que caminha com respeito e luz.

E talvez esse seja o maior segredo que o Judaísmo ainda guarda:
não precisamos convencer ninguém só caminhar com coerência, verdade e dignidade.